Ballet

Quando te encontro, sinto-me ainda aquela menina bailarina, meus pensamentos voam... meu pés nem tocam o chão. Quando te vais sinto que quem voa, é meu coração... que, sozinho sem o teu... quer sair de mim também !

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Sonho de uma noite de Verão

Esta é uma história que mistura o sonho com a realidade, o mundo mágico com o mundo dos homens, confundido e brincando com quem a escuta ou lê, mas encantando o coração de todos os que gostam de aventuras.

Começa num grande castelo, no quarto de Hipólita, uma moça nobre que vai se casar com o duque Teseu. Os últimos preparativos estão sendo feitos e as amigas da noiva, Helena e Hermia, ajudam a terminar o vestido das núpcias. Outros amigos cuidam das danças e brincadeiras.

Num determinado momento, após obter a licença de Hipólita, o responsável pelo cofre do palácio chega ao quarto trazendo as jóias do casamento, ele vem acompanhado pelo oficial Demétrio, antigo noivo de helena, que agora procura em vão conquistar o amor de Hermia.

O jardineiro Lizandro é outro que se aproxima trazendo muitas flores lindas para enfeitar o salão. É também por Hermia que ele devota os mais nobres sentimentos de paixão, nos quais tem a sorte de ser correspondido. Às escondidas, Lizandro consegue entregar uma carta a Hermia, marcando um encontro no bosque. Uma pequena clareira enfeitada por um ramo de oliveira marcará o lugar onde devem se encontrar. Helena, cheia de ciúmes por não ser mais a preferida, encontra a carta, guardada pela amiga, e mostra a Demétrio.

Supervisionando o final de arrumação dos jardins e salões, o noivo Teseu faz uma visita à sua noiva, oferecendo-lhe uma rosa de presente e, acreditando não ser observado por ela, tenta conquistar suas amigas com gesto e palavras doces. Hipólita percebe a tentativa do noivo e fica indecisa e angustiada. Começa a pensar muito, o que sente ou não amor pelo futuro marido.

Nesse momento chega ao castelo um grupo de saltimbancos pedindo licença para oferecer de presente a representação de uma peça de teatro durante a festa de casamento. Eles gostariam de aumentar a alegria e o divertimento dos convidados.

No fim do dia, sozinha em seus aposentos, Hipólita encontra a carta de amor de Lizandro para Hermia. Sente ciúmes, percebe suas dúvidas em relação ao noivo e confusa, pensativa, ela adormece e começa a SONHAR.

Não muito distante dali, chega à noite na floresta. Num recanto do bosque das fadas, importantes acontecimentos tem seu lugar. Provada por ciúmes, começa uma briga entre os namorados: Titânia, tainha das fadas, e Oberon. Este, cheio de raiva, entrega ao fiel Puck uma flor mágica: ao ser encostada sobre os olhos de alguém que esteja dormindo, provoca-lhe um grande sentimento de amor pela primeira pessoa que encontra após ter acordado. Com essa flor e esse feitiço, Puck deveria fazer uma brincadeira com Titância, confundindo-a em seus sentimentos

Em algum outro ponto das florestas – ainda no sonho de Hipólita – Lizandro e Hermia estão perdidos após ficarem muito tempo tentando achar o local onde marcaram o encontro. Afinal, muito cansados, acabaram adormecendo em lugares diferentes.

Por causa da escuridão do bosque, Puck se engana e coloca a flor do amor sobre os olhos de Lizandro. Casualmente é Helena quem o acorda e imediatamente ele se apaixona por ela. Helena fica confusa e foge sem entender o que se passa com seu antigo noivo. Ao mesmo tempo Hermia fica confusa e foge sem entender o que se passa com seu antigo noivo. Ao mesmo tempo Hermia desperta e recomeça a procurar seu amado.

Numa grande clareira do bosque, começam os ensaios da peça oferecida para o casamento. Lá chegando Puck se diverte observando toda aquela agitação. Encantando e querendo brincar com os atores, ele transforma a cabeça de uma deles numa cabeça de burro. Assustados, os participantes do grupo fogem, deixando o pobre encantado sozinho e confuso, sem entender o que está acontecendo.

Depois da briga com Oberon, a rainha Titânia com seu cortejo segue bosque adentro para se distrair. Depois, adormece num recanto perto de uma cascata e só então Puck a encontra e coloca a flor do amor nos seus olhos. Acordada por acaso pelo ator com a cabeça de burro, ela se apaixona loucamente por ele.

Oberon, que passeava pela floresta, depara-se com Demétrio, que continuava apaixonado por hermia e infeliz com seu destino. Percebendo o erro de Puck ele ordena que este conserte as coisas. Tentando corrigir suas falhas o confidente brincalhão pega novamente a flor e aplica seu feitiço em Demétrio. Helena, que saíra para o bosque a procura de paz, tropeça no homem adormecido, que acorda e transfere para ela toda a sua paixão.

Reconhecendo a confusão total. Oberon chama Puck e agora o obriga a colocar os amantes em seus devidos lugares para reencontrarem suas paixões verdadeiras. Puck, usando de seus poderes, faz com que todos durmam novamente, coloca os amantes verdadeiros lado a lado e utiliza novamente a força da flor.

Ao acordar, Titânia é libertada do seu amor pelo ator desconhecido e faz as pazes com Oberon. Helena, Lizandro, Hermia e Demétrio acordam e se abraçam com muito amor. O grupo de atores se reencontra, já sem a “cabeça-de-burro” entre eles.

Hipólita, ainda sonhando, recostada no sofá, é acordada carinhosamente por Teseu e o amor renasce entre eles. Depois desse sonho, que parece, não foi só da noiva em dúvida do seu amor, os outros casais, certo da felicidade, pedem licença para se casarem na mesma festa.



*Ballet de dois atos e seis cenas

*Música de Feliz Mendelsohn

*Coreografia de George Balanchine

*História de Willian Shakespeare

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Coppélia

Na casa do Dr. Coppélius, em uma vila da Cracóvia, aparece uma nova moça, que chama a atenção de Franz, um belo jovem da vila.

Mal sabe ele que Coppélia, a moça que não lhe dá atenção, é apenas uma boneca, e Swanilda, sua noiva, já sabe que ele está galanteando a moça-boneca.

Durante uma festa da vila, Dr. Coppélius perde a chave de sua casa, que é encontrada por Swanilda. Ela não perde tempo e, junto com suas amigas, entra na casa do misterioso velho, onde encontram muitos bonecos e invenções.

Para a surpresa de todos, descobrem que Coppélia é apenas uma boneca, tão perfeita que parece humana. Mas o Dr. Coppélius entra em casa e as garotas se escondem, sendo que Swanilda veste as roupas da boneca, fingindo ser ela. Nesse momento, Franz está do lado de fora da casa, tentando entrar no quarto de Coppélia com uma escada, pela janela.

Logo, o velho descobre a presença do rapaz e resolve embriagá-lo com vinho para, através de bruxaria, passar sua alma à boneca, dando vida à sua mais perfeita criação. Swanilda percebe toda a trama, e como está vestida de Coppélia, começa a dançar por toda a casa, fazendo uma enorme bagunça e desesperando o pobre Dr. Coppélius, que pensa ter perdido o controle sobre suas invenções.

Quando finalmente consegue despertar Franz, que dormia embriagado, Swanilda mostra a ele toda a verdade, e os dois fogem felizes, dançando.

Dr. Coppélius percebe que foi enganado e fica desolado, abraçado pateticamente à sua boneca.

Na festa de casamento de Swanilda e Franz, diante de tanta felicidade, o velho é perdoado, e ganha de presente o dote de Swanilda para reconstruir tudo que ela havia destruído com sua bagunça.



Coreografia: Arthur Saint-Léon

Música: Léo Delibes

Estréia Mundial: 1870, em Paris.

Romeu e Julieta

São os Montecchio e os Capuletto.

Romeu e seus amigos Mercúcio e Benvólio costumam freqüentar uma praça, onde sempre arrumam brigas com Teobaldo e seus amigos. Numa dessas brigas, o príncipe presencia tudo e adverte os jovens, para que a rixa entre eles tenha fim. Procurando mais confusões, Mercúcio incentiva Romeu e seus amigos a entrarem em uma festa dos Capuletto usando máscaras, onde, mal sabem eles, começará a maior de todas as brigas.

Romeu e Julieta se aproximam, e sem saber quem realmente são, se apaixonam. E assim eles descobrem que haviam se apaixonado pelo inimigo de suas famílias. Mesmo sabendo disso, Romeu declara seu amor e os dois prometem não deixar a inimizade de suas famílias destruir esse grande amor.

Os dois recorrem ao Frei Lourenço, que apesar de adverti-los quanto à desobediência às suas famílias, realiza o casamento, persuadido pelo amor sincero que Romeu e Julieta sentem um pelo outro. Logo após a breve cerimônia Teobaldo aparece na praça e as brigas começam novamente. Romeu tenta acalmá-los e evitar a luta, mas nesse momento Teobaldo fere Mercúcio mortalmente. Romeu parte para cima do primo de Julieta e vinga seu melhor amigo.

O príncipe fica sabendo da triste conseqüência das brigas e expulsa Romeu da cidade, dando-lhe o prazo de ir embora até o amanhecer. Julieta fica muito abalada ao saber da morte de seu primo, mas sabendo de toda a história, perdoa Romeu.

Sua ama permite-lhes terem sua noite de núpcias, escondido dos pais de Julieta, e antes que Romeu vá embora. Ao amanhecer, Romeu foge escondido do quarto de Julieta enquanto a Sra. Capuletto vai ao encontro da filha para anunciar que seu pai já havia escolhido um noivo para ela. Julieta se desespera e procura a ajuda de Frei Lourenço.

Este, sabendo que a jovem não pode violar os votos do matrimônio, dá a ela uma poção que a fará ficar com aparência de morta durante algum tempo, para que Romeu a encontre em seu túmulo e fuja com ela.

Julieta toma a poção e o padre envia um mensageiro a Mantra, onde está Romeu, para avisá-lo de toda a farsa. Pela manhã, quando a ama vai acordar a garota, encontra-a “morta”.

A notícia se espalha, e chega a Romeu antes do mensageiro enviado por Frei Lourenço. Desesperado, ele compra um veneno e vai ao túmulo da amada, encontrando-a morta.

Sem perceber que tudo não passava de uma mentira, Romeu toma todo o veneno, caindo morto ao lado dela. Julieta acorda, e, encontrando seu marido morto, toma sua espada e se mata a seu lado.

Depois de toda a tragédia, as famílias Montecchio e Capuletto se unem na dor e decidem se perdoarem dos antigos ódios e rivalidades.


Coreografia: Leonid Lavrovsky

Música: Sergei Prokofiev

Romeu e Julieta. Duas famílias, na cidade de Verona, nutrem uma grande inimizade entre si.

Esmeralda




Estamos no século XV, no Pátio dos Milagres, em Paris. Ao entardecer, os mendigos encontram-se numa algazarra geral, sob a presidência de Clopin. O poeta Pierre Gringoire é trazido à sua presença.

Os outros o revistam, e como só encontram um poema em seus bolsos, ficam irritados. Clopin condena Pierre à morte.

Dá-lhe, contudo, uma opção: se encontrar uma mulher que queira desposá-lo, será livre. Porém, ninguém se apresenta. Nesse momento, entra a cigana Esmeralda, que se compadece da situação de Pierre e

concorda em casar-se com ele.

Claude Frollo aproxima-se de Clopin e confessa seu amor por Esmeralda. O chefe concorda em ceder-lhe a cigana, e Claude declara-se a ela.

Claude chama Quasímodo, o sineiro da igreja de Notre Dame, para ajudá-lo a pegar Esmeralda.

Os dois se atiram sobre a cigana. Nesse momento, entra um policial com o capitão Phoebus à frente. Claude consegue fugir, mas Quasímodo é preso. Esmeralda e Phoebus trocam olhares, e a jovem lhe conta sua vida. Ela intercede pelo corcunda e consegue sua libertação, fugindo dos beijos e abraços do capitão e levando consigo sua faixa.

Esmeralda entra em seu pequeno quarto, pobremente mobiliado, segurando a faixa de Phoebus. Com o olhar perdido, forma o nome do capitão com umas letras na mesa.

Entra Pierre Gringoire, o poeta, julgando que aquele abandono da cigana signifique amor por ele. Tenta agarrá-la mas ela se livra, apanha um punhal e o ameaça, dizendo que só o desposou por piedade.

Pierre sai, decepcionado. Aparece Claude, com Quasímodo. Ele declara seu amor a Esmeralda, mas logo vê o nome de Phoebus na mesa. A jovem foge. Claude sai atrás dela, mas cruza com Pierre e tenta apunhalá-lo.

É detido por Quasímodo, que jura vingar-se de Phoebus. No jardim da mansão de Gondelaurier, são feitos os preparativos para o casamento de Fleur de Lys e Phoebus.

Entra o noivo, que beija, indiferente, sua mão. O capitão demonstra seu sentimento, o que enfurece a noiva, principalmente depois que ela vê a faixa de Phoebus com a cigana. Fleur de Lys arrebata a faixa de Esmeralda, mas cai no chão desmaiada.

Enquanto é levada para casa, o poeta protege a saída de Esmeralda. Phoebus os segue.

É noite. Em um aposento de uma taberna, com uma janela que dá para o rio, entra o chefe Clopin, seguido por Claude, com um archote na mão para iluminar o caminho. Clopin indica um esconderijo e Claude entra ali com um punhal.

Tempos depois chegam Phoebus e Esmeralda. O capitão pergunta à jovem como é que ela pode amar dois homens ao mesmo tempo. Tomando uma pluma e soprando-a, ela responde que seu amor é como uma pluma ao vento.

Com ciúmes, Claude salta sobre os dois com o punhal na mão. Phoebus puxa Esmeralda para um quarto. Ouve-se um tiro e a queda de um corpo. Claude sai correndo e salta pela janela. Esmeralda desmaia.

Clopin invade o recinto, seguido por outras pessoas e acusa Esmeralda de assassinato.

A cigana é presa, apesar de seus protestos. Segurando uma rosa, ela dança como em um sonho.

Aos poucos, tudo vai se acabando. O espectro da rosa sai pela janela, a moça acorda, percebe que tudo não passou realmente de um sonho.



Balé em três atos e cinco cenas

Coreografia: Jules Perrot

Música: Cesare Pugni

História: Jules Perrot

Estréia: 1844, no Teatro de Sua Majestade, em Londres.

Harlequinade

É o pico do carnaval de Veneza, um dia que vinha apenas uma vez um ano. Colombina está no balcão de sua casa, prestando atenção à agitação das preparações finais para as festividades.

Após fugir da casa, ela desaparece na multidão mascarada de farrista dançando. O pai Colombina, Cassandre agarra-a pela mão e tenta impedir que ela se junte à celebração.

Ela tem que esperar seu noivo, o mercante rico Leandre. Cassandre determina que Colombina se casará com Leandre.

Entretanto, Colombina está apaixonada pelo simples e bom de coração, Harlequin, e opõe-se ao plano de seu pai a casar-se com Leandre. Cassandre trava a porta e ordena que seu empregado Pierrô não dê a chave a ninguém.

Com um beijo, ela consegue pegar a chave de Pierrô. O bom de coração de Colombina, Harlequim e seus amigos que não poderiam encontrá-la no carnaval, vêm à casa e cantam um linda serenata à Colombina. Pierretta abre a porta para Harlequin, e Harlequin e Colombina têm finalmente uma possibilidade de compartilharem juntos alguns momentos felizes.

Cassandre retorna para casa e encontra Colombina nos braços de Harlequim, e ele fica muito irritado. Ele encontrou um noivo maravilhoso para sua filha e determina que ela se case com o homem que ele escolheu.

Cassandre ordena que seus empregados retirem Harlequin da casa, e ordena-os mais uma vez que Colombina não saia de casa. Harlequin pensa como tirar Colombina da casa e salvá-la, e de como conseguir a permissão de Cassandre para casar-se com ela.

A rainha do carnaval, Fierina, chega na praça da cidade e pergunta com mágoa por Harlequin, “porque você chora no meio do carnaval?” Ele conta sua triste história a Fierina, e ela oferece ajudar-lhe. Convida-o a juntar-se aos soldados que a acompanham. Entretanto, uma figura cômica que carrega um bandolim aproxima da casa de Cassandre. Nada mais é do que Leandre, quem Cassandre escolheu para casar-se com Colombina. Ele veio tentar atrair a atenção de Colombina com uma serenata.

Suas raras tentativas de romance não trazem nada mais do que risos de Colombina. Mas Colombina tampa as suas orelhas, e redobra sua determinação para encontrar uma maneira se escapar do balcão.

Neste momento, os empregados avisam que um importante visitante chegou. O convidado de Cassandre é Fierina, rainha do carnaval. Fierina pergunta a Cassandre se ele arranjou um casamento para sua filha.

Cassandre traz o noivo de Colombina, Leandre, mas Colombina expressa sua objeção à escolha do seu pai, dizendo que está apaixonada por Harlequin.

Cassandre diz que não pode consentir o seu casamento com Harlequin porque ele não tem nada. Fierina informa-o que Harlequin recebeu uma grande herança. Harlequin carrega uma grande caixa de jóias. Cassandre se surpreende e insultado Leandre começa a brigar com Harlequin. Harlequin ganha a luta. Agora não existe nenhum obstáculo à felicidade de Colombina.

Os dois amantes oferecem sua gratidão a Fierina e o carnaval continua.



Música: Riccardo Drigo.

Figurino: Galina Solovieva.

Ballet em 3 atos e cinco cenas.

1ª apresentação: Teatro de Hermitage de São Petersburgo, em 10 de fevereiro de 1900.

Paquita


Estão sendo realizados preparativos para uma festa que Dom Lopez oferecerá ao general francês. Este pega a mão de Dona Serafina, filha do governador, e a coloca na de seu filho Lucien. Não há uma aprovação amorosa.

Paquita aparece. Retira-se para um canto e olha para uma miniatura, que tirou do seio, e acredita representar seu pai.

Inigo manda Paquita passar o chapéu, o que a jovem faz de má vontade. Ao ver Lucien, ambos se sentem atraídos. Inigo ordena que Paquita dance mas ela se recusa.

Quando Inigo vai bater na moça, Lucien impede. Sem ser visto, Inigo roubara a miniatura de Paquita.

Esta fica transtornada quando dá por falta da miniatura e acusa Inigo. Lucien quer prendê-lo, mas o governador intervém.

Ficando a sós com Inigo, combina com o chefe cigano a matar Lucien e usar Paquita para atrair Lucien a uma armadilha.

Lucien propõem que a Paquita que fuja em sua companhia, mas ela recusa.

Em seguida, entra Dom Lopez com seus convidados. O governador anuncia a partida dos franceses. Lucien diz que irá mais tarde, pois terá de comparecer a uma festa dos ciganos em sua homenagem.

Paquita está sonhando com Lucien. Ao ouvir passos, esconde-se.

Entram Inigo e o governador, envolto em longa capa. Os dois combinam a morte de Lucien, colocando, antes, um narcótico em sua bebida. Quando o governador se retira, Paquita dá um passo em falso e é surpreendida por Inigo. Mas a jovem diz que acabou de chegar.

Entra Lucien e pede abrigo a Inigo, que concede. Paquita avisa ao jovem francês, por sinais, que ele corre perigo. Inigo sai com Paquita para preparar a refeição.

Sozinho, Lucien se dá conta de que está trancado e sem a espada. Durante a ceia, Paquita vai avisando Lucien se pode ou não beber o vinho. Quando é servido o vinho drogado, Paquita deixa cair os pratos e, na confusão, troca os copos. Inigo logo depois adormece.

Paquita avisa Lucien que está chegando a hora. Soa a meia-noite. Paquita e Lucien agarram-se à parede que, girando sobre seu eixo, os leva para fora, ao mesmo tempo deixa entrar os bandidos, surpreendidos ao encontrarem apenas Inigo adormecido.

O Conde d’Hervilly entra com o governador, a futura nora, e sua mãe, a Condessa. De repente, entram Paquita e Lucien. Este relata tudo o que se passou e diz que a cigana salvou sua vida. Olhando para o governador, Paquita diz que foi ele quem tramou com Inigo a morte de Lucien. O conde manda prender Dom Lopez e toda a sua comitiva. Depois, tirando a miniatura do seio - que recuperara de Inigo, quando este adormecera -, Paquita a compara com um retrato na parede, e diz que é seu pai.

O conde lhe diz que aquele retrato é de seu irmão que morrera no Vale dos Lobos numa cilada cigana. Paquita entende tudo; fora a única sobrevivente do massacre e seqüestrada por Inigo. O general francês abraça a sobrinha, e a Condessa leva-a para se vestir dignamente. O baile prossegue. Paquita retorna a dança que serve de prelúdio para o conjunto final.



Libreto de Paul Foucher e Maziilier

Música: Deldevez

Coreografia: Mazilier e Marius Petipa .

Estréia no Teatro Royal de Música, em 1º de abril de 1846.

O Corsário









Num lugar muito distante existia uma ilha habitada por um violento bando de piratas que viviam de aventuras no mar, liderados pelo poderoso e temido chefe Conrado, o Corsário.

Para celebra o casamento do chefe pirata com a bela e fascinante Medora, o grupo organizou uma grande festa onde todos se divertiam bastante: comendo, bebendo e dançando o quanto podiam. Todos estavam muito alegres até o momento em que a tristeza toma conta do coração do noivo, quando se lembra que naquele mesmo dia deverá partir para o mar com seus homens, deixando a noiva em lágrimas, já cheia de saudade.

O grupo de piratas parte para o outro lado do mundo pensando em atacar o harém de paxá Seyd, rico e temido soberano que gasta seu carinho e riqueza cobrindo de jóias sua jovem favorita Guinara, que lhe obedece sempre, mesmo sem ter muito amor por ele.

Um dia, quando os dois estão juntos trocando carícias e se divertindo com os pajens e dançarinos reais, a tranqüilidade do reino é interrompida pela invasão dos bandidos do mar, que entram no palácio e destroem, tudo à procura de riquezas. Os habitantes da casa real tentam fugir, mas são perseguidos e presos pelos piratas, menos a jovem Guinara que por sua calma e simpatia é respeitada e bem tratada pelo bando.

Ficando ao lado dos piratas e conhecendo melhor Conrado e seus homens, Guinara se apaixona loucamente por aquele jovem aventureiro ao mesmo tempo corajoso, assustador e delicado.

Certos de sua vitória definitiva, os piratas se ocupam nos dias seguintes da arrumação dos tesouros conquistados para voltarem em breve para sua ilha. Desprevenidos e despreocupados como estavam, não ladrões do seu reino e recuperar suas riquezas. Pegos de surpresa os piratas perdem a batalha e o chefe Conrado é preso e condenado a morte.

Desesperada, com medo de perder o seu grande amor, Guinara aproveita um momento de repouso de Seyd e o apunhala mortalmente. Percebendo que havia morto o poderoso Paxá, a moça se dirige cuidadosamente. Às escondidas, até a cela onde Conrado estava trancado e os dois conseguem fugir juntos para a ilha dos piratas.

Depois de uma longa e perigosa viagem, lutando contra o mar revolto e as tempestades, o casal consegue chegar às terras onde a muito tempo atrás Conrado deixara seus amigos e sua noiva.

Por causa da demora da viagem dos piratas e falta de notícias, todos pensaram que Conrado e seu bando haviam morrido e jamais voltariam. Medora, a noiva deixada no dia das bodas, certa da morte do noivo, não se conforma e morre de tristeza.

Chegando à ilha, o chefe fica sabendo de tudo que se passara na sua ausência e a atitude tomada pela pobre Medora enche de pena o coração de Conrado fazendo renascer o seu amor pela moça. Desesperado, procura seu corpo sem vida e o abraça por muito tempo. Nada mais volta a interessá-lo, nem Guinara, nem seus companheiros, nem as aventuras no mar. Foge de tudo e de todos, vai embora para longe e sozinho se atira do penhasco mais alto da ilha, na esperança de encontrar de novo sua antiga amada em outra vida.

Ballet em 3 atos e 5 cenas

Coreografia: Giovanu Galzerani / Mazilier / Jules Perrot

Música: Adolpho Adam

História: Lord Byron

Sherazade

Ato I –

Há muito tempo, era conhecido de todos, um famoso sultão chamado Shariar, senhor de um luxuoso harém. Ele tinha, como todos os outros de sua posição, uma favorita: a famosa Zobeida, que o encantava, e a tantos outros que a conheciam.

Zeman, irmão do sultão que presenciava algumas conversas das mulheres do harém, começou a suspeitar da fidelidade de Zobeida. Depois de muito pensar, alertou o irmão do que poderia estar acontecendo. Sem muito acreditar, Shariar concordou em deixar o harém e a sua favorita por algum tempo, fingindo que ia caçar com o irmão.

Logo depois de sua suposta partida, as mulheres conseguem persuadir o grande eunuco, seu guardião, a abrir as portas do harém para que os escravos negros entrassem e com elas se divertissem numa grande festa. O mais belo entre eles, vestindo trajes de ouro, é eleito por Zobeida seu par nas danças sensuais que as mulheres do sultão costumavam fazer.

No auge do divertimento, a festa é interrompida pelo regresso antecipado de Shariar. Certificando-se da desconfiança do irmão e humilhado na frente dos amigos, o sultão ordena uma matança geral a qual ninguém escapa.

Zobeida, desesperada por ser a causadora de tantas mortes e envergonhada por ver conhecida sua verdadeira personalidade, se mata com uma punhalada, aos pés do seu senhor.

*Ballet em um ato

*Música de Nikolai Rimski e Korsakov

*Coreografia de Michel Fokine



quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Raymonda

Ato I –


Palácio de Raymonda


No século XIII uma bela jovem chamada Raymonda, sobrinha da Condessa Sybil de Daurice da França, preocupa-se com os preparativos de sua festa de aniversário. Enquanto isso, a Condessa mostra a todos a estátua da Dama Branca, uma antepassada sua, que castiga os que se mostram infiéis às tradições da família. O noivo de Raymonda, o Cavaleiro Jean de Brienne, chega ao palácio para se despedir, pois irá para uma cruzada chefiada pelo Rei Andrei II, da Hungria. Mas promete estar presente em sua festa de aniversário. Durante a noite, surge para Raymonda o fantasma da Dama Branca, que a conduz ao Reino Mágico da Fantasia. Lá encontra seu amado Jean de Brienne, com o qual dança por muito tempo, alegremente. No entanto, repentinamente, seu noivo desaparece, dando lugar a um estranho, um Cavaleiro Oriental, este faz uma apaixonada declaração de amor a Raymonda. Assustada, desfalece, acordando no outro dia com a impressão de que tudo aquilo poderia ser uma premonição.


Ato II –


No castelo dos Daurice


Chega o momento de sua festa de aniversário, os convidados vão adentrando ao palácio e Raymonda imediatamente nota a presença do cavaleiro sarraceno Abderakhman e sua enorme comitiva. Percebendo que se trata do cavaleiro de seu sonho, a moça fica assustada. Abderakhman oferece à jovem poder e riqueza em troca da sua mão, porém a moça o repele, o que lhe enfurece e faz tomar a decisão de raptá-la. Nesse momento entram no palácio Jean de Brienne e os outros cavaleiros que vieram da cruzada. Tendo conhecimento da situação Jean inicia um duelo com seu rival, acabando vencedor, podendo desta forma continuar feliz na companhia de sua amada.


Ato III –


Parque do castelo de Jean de Brienne


Uma outra grande festa é realizada, desta vez para celebrar o casamento de Jean e Raymonda, o rei Andrei II abençoa os noivos. A comemoração termina com um grande baile húngaro em homenagem ao rei



Ballet em 3 atosLibreto: Lydia Pashkova e Marius PetipaCoreografia: Marius PetipaMusica: Alexander GlazunovEstréia mundial: 19 de Janeiro de 1898, no Teatro Maryinski em São Petersburgo, Rússia. Pavel Gerdt, como Abderakhman, Pierina Legnani, como Raymonda e Sergei Legat como Jean de Brienne.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

La Fille mal Gardeé

Nome: La Fille mal Gardeé, bailado pantomima em dois atos e três quadros.
Estréia: Foi representado pela primeira vez em Bordéus em
1786.
Coreografia: Poema e coreografia de Dauberval.
Música: Primeiramente era uma seleção de trechos populares. Mais tarde a peça recebeu uma partitura completa de Ferdinand Hérold.
Bailarinos da estréia: Anna Pavlova, com grande estrela como Lisa e Pierre Vladimirof como Colas.
Personagens: Simone, dona de uma própera fazenda; Lisa sua filha; Colas, jovem camponês, apaixonado por Lisa; Thomas, rico vinhateiro; Alain, seu filho; o notário da Aldeia.


História


O enredo é muito simples, pois trata do desejo da mãe em ver a filha casada com um ricaço, ridículo, e que em nada pode despertar o amor. A filha ama um camponês pobre. Aliás, esse bailado já foi apresentado com o título A Inútil Precaução, usado por muitas obras, inclusive como subtítulo da ópera O Barbeiro de Sevilha, de Rossini.


Ato I:


O primeiro ato representa uma pequena aldeia, tendo a um lado a fazenda da viúva Simone. O dia amanhece. Lisa sua filha está apaixonada por Colas, um jovem camponês das redondezas. A mãe, entretanto, planeja casá-la com Alain, cujo pai, Thomas, possui um vinhedo e é muito rico. O primeiro ato transcorre numa série de qüiproquós e confusões, com os dois jovens apaixonados procurando fugir da severa vigilância materna. Destacam-se a dança das galinhas e dos gatos, no início; a dança da fita de Lisa; e o pas de deux de Lisa e Colas com a fita.


Ato II:


O segundo ato nos apresenta um trigal. A colheita foi feita e dos festejam alegremente. Thomas, querendo impressionar, trouxe um carrinho puxado por um pônei, onde coloca Lisa. Mas Alain é um perfeito imbecil. Uma tempestade dispersa a festa. Alain é arrastado pela força do vento.


Ato III:


O terceiro ato representa o interior da fazenda de Simone. Ela e a filha estão chegando encharcadas pela chuva. Simone tranca a porta e coloca a chuva, numa enorme corrente, dentro do bolso de sua saia. Em seguida, vai à troca fiar, e Lisa a ajuda a enrolar o fio. Logo, a velha adormece. Lisa tenta tirar a chave, mas a mãe acorda. Toma de um pandeiro, e as duas põem-se a dançar. Simone volta a dormir. Surge Colas no postigo da porta. Os dois jovens se beijam e se abraçam. Percebendo que Simone está acordando, Colas fecha o postigo, e Lisa volta a dançar. Batem à porta. São os aldeões que vêm a cobrar pelas suas jornadas. Simone lhes paga. Dança dos aldeões. Simone sai com os trabalhadores, mas deixa Lisa trancada. De repente, Colas surge do meio do monte de feixes. Os enamorados trocam juras de amor e seus lenços. Percebendo que Simone está de volta, Lisa esconde-o um quarto em cima da escada. A jovem finge que está varrendo, mas a velha desconfia de algo ao ver o lenço e pergunta onde arranjou. Lisa fica confusa, e Simone a tranca no mesmo quarto em que estava Colas. Batem à porta. Chegam Thomas, Alain e o notário da aldeia para celebrar o contato nupcial. Alain chama os camponeses para presenciarem a assinatura do contrato. Simone diz que Alain pode ir buscar a noiva no quarto, mas, assim que ele começa a subir a escada, Colas lhe barra o caminho. Em seguida surge Lisa. Os jovens se ajoelham e pedem que os deixem casar-se. O notário e os camponeses também intercedem por eles. A final, Simone dá seu consentimento, para sua tristeza para tristeza de Thomas e Alain. O bailado termina com uma alegre festa rústica, depois de um pas de deux dos noivos.

La Bayadère

Nome : La Bayadére, ballet em três atos e 5 cenas.
Estréia: 04 de fevereiro de 1877, no Teatro Marijinsky de São Petersburgo.
Coreografia: Marius Petipa, e mais tarde natalia makarova e Rudolph Nureyev.
Músicas: Ludwig Minkus.
Bailarinos da estréia: Ekaterina Vazem (Nikiya), Lev Ivanos (Solor), Christian Johannsen (Rajá) e Maria Gorshenkova (Gamzatti).

História
Ato I. Cena 1:


No Exterior do Templo Hindu Solor, jovem guerreiro, após uma caçada bem sucedida, envia seu servo ao Rajá levando-lhe de presente um trigre por ele morto. Solor permanece no exterior do templo com a esperança de ver sua amada, Nikiya. O Sacerdote Brâmane tenta demonstrar seu amor à Bailadeira, porém é rejeitado. Magdaveya, um faquir, avisa Nikiya que Solor está a sua espera. Ela deixa o templo e vai ao encontro de Solor, que procura induzir Nikiya a fugir com ele. Ela consente, mas obriga o rapaz a jurar fidelidade diante do fogo sagrado. O Sacerdote Brâmane surpreende a conversa entre os dois, e jura vingar-se.


Ato I. Cena 2:


No Palácio do Rajá O Rajá sente-se muito satisfeito com o presente que Solor lhe traz e oferece-lhe a mão da própria filha em casamento, a linda Gamzatti. O guerreiro temendo recusar essa grande honra e cativado pela beleza de Gamzatti, esquece o voto feito a Nikiya. O Sacerdote Brâmane vem ao palácio e conta ao Rajá o namoro de Solor com Nikiya. Sabendo da intenção do Rajá em casar sua filha com Solor, Nikiya vai ao palácio e revela a Gamzatti seu amor por ele e implorando-lhe que o deixe para ela. Gamzatti tenta comprar Nikiya com jóias e presentes. Nikiya recusa e num acesso de desespero ameaça Gamzatti com um punhal. Chocada com seu próprio gesto foge apavorada. Gamzatti jura que Solor será seu e com a ajuda de sua aia planeja uma terrível vingança.


Ato I. Cena 3:


A Festa do Noivado A festa de noivado. Na celebração do noivado de Solor e Gamzatti, o Rajá ordena que Nikiya dance com as demais bailadeiras. Durante a dança a aia lhe oferece uma cesta de flores na qual se esconde uma serpente venenosa. Nikiya é mordida e agoniza. O Sacerdote Brâmane se prontifica a salvá-la caso ela aceite pertence-lhe. Após ver Solor com Gamzatti, a jovem recusa, e morre.


Ato II:


O Reino das Sombras Solor acha-se tomado de pesar e remorso pela morte da amada. Magdaveya, querendo distraí-lo daquelas sombrias disposições, lhe dá ópio para fumar. Solor adormece e sonha que, em companhia de Nikiya, visita uma terra desconhecida. A seus olhos apresentam-se os espectros da bailadeiras. Por fim ele encontra Nikiya entre elas e jura que nunca mais tornará a abandoná-la.


Ato III:


O Ritual do Casamento Dentro do templo de Buda, Solor, atormentado, é levado a se casar com Gamzatti, quebrando seu juramento a Nikiya. A profecia da Bailadeira realiza-se, acontece uma terrível trovoada e o templo cai em ruínas. Dos escombros aprece Nikiya, que vem buscar Solor para viverem seu amor na eternidade.

O Lago dos Cisneis

Ato I



No castelo realiza-se com toda a pompa o aniversário do príncipe Siegfried. A rainha oferece ao filho como presente um arco e flechas e pede-lhe que, no dia seguinte, escolha uma esposa entre as convidadas da festa. Quando os convidados saem do castelo, um grupo de cisnes brancos passa perto do local. Enfeitiçado pela beleza das aves, o príncipe decide caçá-las.


Ato II


O lago do bosque e as suas margens pertencem ao reino do mago Rothbart, que domina a princesa Odette e todo o seu séquito sob a forma de uma ave de rapina. Rothbart transformou Odette e as suas donzelas em cisnes, e só à noite lhes permite recuperarem a aparência humana. A princesa só poderá ser libertada por um homem que ame apenas ela. Siegfried louco de paixão pela princesa das cisnes, jura que será ele a quebrar o feitiço do mago.


Ato III


Na corte da Rainha aparece um nobre cavalheiro e sua filha. O principe julga reconhecer que a filha do nobre cavalheiro Odile é a sua amada Odette, mas na realidade por baixo das figuras do nobre cavalheiro e a sua filha escondem-se o mago Rothbart e a feiticeira Odile. A dança com o cisne negro decide a sorte do principe e da sua amada Odette: enfeitiçado por Odile, Siegfried proclama que escolheu Odile como sua bela futura esposa, quebrando assim o juramento feito a Odette.



Ato IV


Os cisnes brancos tentam em vão consolar a sua princesa. Mas Odette destroçada pela decisão do príncipe, aceita a sua má sorte. Nesse momento surge o príncipe Siegfried que explica a donzela como o mago Rothbart e a feiticeira Odile o enganaram. Odette perdoa o príncipe e os dois renovam os votos de amor um pelo o outro. O mago Rothbart, impotente contra esse amor, decide se vingar dos dois e então inunda as margens do lago, Odette e as suas donzelas logo se transformam em cisnes novamente e o príncipe Siegfried tomado pelo desespero se afoga nas profundas e turbulentas águas do lago dos cisnes. O príncipe não sobrevive. É a morte de amor.





Première Mundial
Data: 4 de março de 1877 (20 de Fevereiro no Calendário juliano)
Lugar: Teatro Bolshoi, Moscou
Coreógrafo: Julius Reisinger
Regente: Stepan Ryabov
Apresentação à Corte Imperial
Data: 15 de janeiro de 1895
Lugar: Teatro Mariinsky, São Petersburgo
Coreógrafo: Marius Petipa, Atos 1 e 3, Lev Ivanov, Atos 2 e 4
Regente: Riccardo Drigo

O Quebra-Nozes

Acto I

O balet conta uma história onde a fantasia e magia, típicas de um romantismo, contam as aventuras de um quebra-nozes de aparência humana, vestido como um soldado, mas que tem as pernas e a cabeça de tamanho desmensurado. A heroína, Clara, gostava tanto da sua aparência que o pediu como presente de natal ao seu padrinho. Assim o padrinho Herr Dosslmeyer fabricante de relógios disse "Era precisamente para ti", logo em seguida Clara experimenta-o e vê que ele quebra as nozes sempre sem perder o seu sorriso e também com grande eficácia. Seu irmão Fritz, que tinha visto como o quebra-nozes funcionava, também quis usá-lo, mas escolhe as nozes maiores que havia no cesto. Então o quebra-nozes, sendo usado grosseiramente pelo irmão dela, acaba quebrando um de seus braços. Diante das reclamações da pobre Clara, seu pai o juiz Stahlbaun, entrega à filha o seu quebra-nozes como propriedade exclusiva, tendo Fritz que sair para brincar com os seus brinquedos. Logo em seguida Clara pega no chão o braço de quebra-nozes e o consola abraçando-o em seus braços até ele dormir e Clara, também acaba dormindo. Com o adormecimento, Clara sonha... Clara volta ao esconderijo onde havia colocado o seu quebra-nozes, mas encontra o salão cheio de ratazanas enormes que o seu padrinho Dosselmeyer criou. A casa desapareceu e no lugar onde ficavam os móveis estavam árvores gigantescas. Não foi só isso que mudou; o Quebra-Nozes de Clara agora é um soldado de carne e osso e que tem às suas ordens um pelotão de soldados como ele. Começa uma batalha entre as ratazanas e o pelotão do Quebra-Nozes. Jogando enormes sapatos até às ratazanas, os soldados vencem a batalha, e com isso o rei das ratazanas e também as suas ratazanas fogem rapidamente. O bosque se transforma numa linda estufa de inverno. E o Quebra-Nozes transforma-se num lindo príncipe que leva Clara até o Reino das Neves, onde apresenta ao rei a rainha a menina e dançam juntos. Fim do 1º Acto.

Acto II

Montagem de Konstantin Ivanov para a encenação original no Teatro Mariinsky - 2º Ato
No início do 2º acto Clara e o príncipe Quebra-Nozes despedem-se e seguem para o Reino dos
Doces pelo Caminho da Limonada, onde pastéis de todos os reinos do mundo dançam com os dois. Depois deste sonho tão mágico e fantástico Clara acorda e percebe que havia sonhado,ficando triste por isso. Deste modo, vai se despedir do padrinho mago, que tinha ido para casa na companhia do sobrinho. Então, para surpresa de Clara, o tal sobrinho é na verdade o príncipe Quebra-Nozes. Assim acaba o 2º Acto.




Nome em português = O Quebra-Nozes
Idioma original =
Compositor =
Pyotr Ilyich Tchaikovsky
Libretista = Lev Ivanov
Tipo do enredo = Fantasia
Número de atos = 2
Número de cenas = 3
Ano de estréia =
17 de dezembro de 1892
Local de estréia = Teatro Mariinsky em São Petersburgo na Rússia

A Bela Adormecida


A arte tradicionalmente revela um pouco do que se passa em determinado lugar, em dada época, os acontecimentos que estão marcando a sociedade e seus anseios, A Bela Adormecida não é exceção. No final do século XIX, a Rússia experimentava ser não apenas o maior país, em termos populacionais, da Europa, mas também o maior país no que se referia à dança, era o país da dança. Para marcar todo esse sucesso, o auge em que a Rússia se encontrava, era necessária a criação de um espetáculo nada menos que perfeito, que enchesse os olhos de qualquer um que o visse. Não apenas por suas proezas técnicas, mas por sua riqueza em todos os diversos aspectos, como figurinos, cenários, coreografias, músicas, etc. Era com esse intento que, então, surgia o ballet A Bela Adormecida, demonstrando toda a opulência da capital mundial da dança. Para tanto, foi necessário que houvesse uma perfeita integração entre todos os envolvidos na produção. Alexandrovich Vsevolojsky foi o responsável por essa coordenação, agiu juntamente com Tchaikovsky e Marius Petipa, trabalhando para a adaptação do tema e do libreto. Tchaikovsky vinha, dessa vez, com um desafio a ser vencido, depois de seu primeiro trabalho para um ballet – O Lago dos Cisnes – ter fracassado na primeira produção, era essencial que neste novo espetáculo não ocorressem falhas. Marius Petipa, com sua noção perfeita da seqüência de dança, detalhava o máximo possível seus pedidos à Tchaikovsky, especificando quantos pontos seriam trabalhados, quantos compassos eram necessários para cada cena, o estilo, o tempo, os instrumentos a serem utilizados, etc. Apesar de todas essas especificações feitas por Petipa, não havia uma “ditadura” quanto à isso, mas um trabalho feito constantemente em conjunto, adequando-se as duas partes. Daí tamanha perfeição da produção, que nos dias atuais é tão admirada, servindo como grande exemplo de organização e plena integração da equipe. Os maiores responsáveis encontraram alí seu auge. Tchaikovsky encontrou estrondoso sucesso com sua música, apagando de vez o fracasso da primeira versão de O Lago dos Cisnes. Petipa não poderia ter criado coreografias mais brilhantes, as quais foram obtidas através da renúncia de parte da dramaticidade, dessa maneira surgem coreografias que falam por si só, como os pas de deux de Aurora e o Príncipe e o do Pássaro Azul. Além disso haviam as belíssimas variações, das fadas, a de safira, diamante, etc. Especial beleza foi dada à Fada Lilás, não só por ser uma das personagens principais, mas impossível seria deixar de considerar o fato de que esta seria interpretada pela filha de Petipa, Marie Mariusovna Petipa, apresentando incrível riqueza técnica. Além de toda a integração que deu vida próspera e bem sucedida à produção, as maiores estrelas da época interpretaram os principais papéis, o que seria uma maneira de marcar o ballet A Bela Adormecida para sempre, foi também uma honra para aqueles bailarinos que ali participaram. A Bela Adormecida era tudo o que a sociedade da época esperava ter, um conto de fadas, com muita riqueza, longe das guerras, onde a magia transforma o mal no bem, onde o bem sempre vence, talvez não fosse apenas o que a sociedade daquela época quisesse e, não só por isso, ainda hoje é um dos ballets mais apreciados no mundo.



Gisele

Nome: Giselle, ballet dividido em dois atos.
Coreografia: Jules Perrot e Jean Coralli.
Música: Adolphe Adam.História


História

Ato I:


AlemanhaUm quente raio de sol abre o dia. É época da vindima. Num canto, meio escondida entre a vegetação, encontra-se uma cabana de camponês humilde e simples. Ao longe, em cima do rochedo, vê-se uma destas habitações feudais, onde o Duque Albrecht, lá do alto, viu passar uma doce e charmosa criatura. É Giselle, filha de Berthe. Albrecht, apaixonado, veste-se de vindimador e vai morar em frente da cabana de Giselle. Giselle acredita ser ele apenas um rapaz da vila chamado Loys e apaixona-se por ele. É de manhã e os camponeses partem para a vindima. Entra em cena Hilarion, o jovem guarda-caças da vila, que também está loucamente apaixonado por Giselle. Ele se dirige à casa dela e encontra com Berthe. O jovem Duque sai de sua cabana acompanhado de seu criado Wilfrid, que insiste para que Albrecht (Loys) não prossiga com este namoro, mas ele persiste, pois está encantado e ordena a seu criado para deixá-lo. Loys aproxima-se da cabana de Giselle, bate na porta e se esconde. A porta se abre. É Giselle que sai, ágil e alegre como todos os corações puros. "Ela vai dançar, pois não dança desde ontem". Eles se encontram mas Hilarion interrompe o idílio de Giselle, lembrando seu amor por ela. Mas Giselle, apaixonada por Loys, repele Hilarion e, juntando-se alegremente às suas amigas e companheiros, comemoram o fim da colheita das uvas. Berthe, sua mãe, sai a sua procura. Ao vê-la adverte, pois Giselle é frágil do coração. A fadiga, as emoções lhe serão fatais: "Você acabará morrendo e irá se transformar em uma Willi, e irá ao baile mágico onde levará os viajantes na ronda fatal. Você será uma vampira da dança". Assim, Giselle é forçada a entrar na cabana. Soam as trompas de caça e Wilfrid aparece para avisar ao seu senhor que um grupo de nobres se aproxima. Hilarion observa, e na primeira oportunidade, entra na cabana de Loys, a fim de desvendar o mistério que o cerca. o grupo de caça chega, junto com o príncipe e sua filha Bathilde, noiva de Albretch (Loys). O calor do dia os incomoda e procuram aquele lugar para descansar. Bathilde se encanta com a dança de Giselle e descobrindo que ela está comprometida e apaixonada, dá-lhe um colar de presente. Eles se retiram, o Príncipe ordena que deixem uma trompa para chamá-los em caso de necessidade. Isso faz com que Hilarion compare os brasões da trompa com os da espada de Loys. Finalmente, tendo em mãos a oportunidade de desmascarar Loys, Hilarion espera o momento em que todos estão presentes e conta toda a verdade. Giselle não acredita. Hilarion, então, toca a trompa e aparece o Príncipe acompanhado de Bathilde. Loys (Albrecht), fica perplexo e confuso, mas quando Bathilde declara que Albrecht é seu noivo, o choque tira a razão de Giselle. Uma sombra de delírio a invade. É a loucura. Giselle, por um momento, revive seu amor por Loys, mas a dor é grande e tomando a espada, crava-a em seu corpo.

Ato II:

Soa a meia noite sob a terra fria da floresta. Lugar sinistro, de árvores com troncos torcidos e entrelaçados, que possui uma atmosfera de suspiros e lágrimas. É o lugar onde se passa o baile mágico da Willis. Elas são os espíritos das jovens que foram enganadas e morreram antes do dia do seu casamento. Elas se reúnem ali e obrigam jovens rapazes a dançar até a morte. É meia noite, hora lúgubre, e Hilarion está ali de vigília na sepultura de Giselle. Surge uma sombra transparente e pálida. É Mirtha, a rainha das Willis. Ela evoca forças e com um galho de alecrim toca todos os cantos, fazendo surgir outras Willis que se agrupam graciosamente em torno dela. Neste momento, elas tiram Giselle de sua sepultura para iniciá-la em seus ritos. Ela dança com suas graciosas irmãs, mas um barulho ao longe faz com que todas Willis se dispersem e escondam no bosque. É Albrecht, que chega trazendo flores. Giselle surge para ele. O seu amor por ele ainda vive... Albrecht tenta pegá-la mas ela desaparece... Ele sai à sua procura... Neste momento, Hilarion é pego pelas Willis. Mirtha, a rainha, ordena-o a dançar até a exaustão, fazendo-o cair nas profundezas do lago. As Willis começam então uma orgia alegre, dirigida por sua rainha triunfante, quando uma delas descobre Albretch e o traz para o círculo mágico. Mas no momento em que Mirtha vai tocá-lo, Giselle se lança na frente de Albretch, protegendo-o. Giselle leva-o à proteção da cruz em seu túmulo, mas Mirtha usa seu poder sobre Giselle para forçá-la a dançar. Albrecht não suporta e abandona a cruz que o preservava da morte e aproxima-se de Giselle. Eles dançam até que Albrecht cai de exaustão. Mas neste momento surge a aurora, quebrando o poder da Willis. O amor de Giselle por Albrecht salva-o.